sábado, 13 de março de 2010

Trajedia do Torino.

.............................................................TORINO DA ITALIA...........................................................







Em pé: Castigliano, Ballarin, Rigamonti, Loik, Moroso e Mazzola
Agachados: Bacigalupo (Goleiro), Menti, Ossola, Martelli e Gabetto.

O Torino da Itália esteve em São Paulo numa excursão em Julho de 1948, onde realizou quatro jogos com as equipes maiores de São Paulo. copnseguiu dois empates - Palmeiras 1 x 1 e São Paulo 2 x 2, uma vitoria de 4 x 1, sobre a Portuguesa de Desportos e uma derrota para o Corinthians 2 x 1. Sendo São Paulo uma cidade com muitos italianos, os jogos tinham 39 mil pessoas em media no estádio.









Os Italianos foram muito bem recebidos pela imprensa e era comum as entrevistas dos craques italianos. O goleiro Bacigalupo foi alvo de uma reportagem mostrando receitas da culinaria italiana na cosinha do hotel em que estava hospedada a delegação italiana. Portanto quando veio a noticia do desastre que matou toda a delegação foi uma comoção não só da colonia italiana como tambem dos torcedores brasileiros. Apenas um jogador escapou da morte. Foi Kubala, que na ultima hora foi avisado que sua mulher estava em Viena, com o filho recem nascido, pediu desculpa aos colegas, e se desligou da delegação partindo em outro voo.

FATOS HISTORICOS

O DIA EM QUE O TORINO MORREU
No aeroporto, centenas de torcedores aguardam a bimotor da Alitalia que traria de volta o time do Torino, após vitoriosa excursão ao exterior. Um nevoeiro cerrado e escuro cobre o céu. De repente, ouve-se uma explosão, vinda dos lados de Superga, colina que se apruma sobre a cidade, a 600 metros de altura. Então, alguém sai correndo, aos gritos: “il Toro e morto! iI Toro e morto!” Um clima de histeria se estabelece no aeroporto. Torcedores, amigos e familiares dos jogadores saem correndo ´para todos os lados, em busca de confirmação, em busca de um desmentido que livra-se todos desse inesperado pesadelo.
Mas era verdade. Era uma trágica e inacreditável verdade. O que nem Mussolini conseguia fazer, nos primeiros anos da Segunda Guerra, a fatalidade realizou em um instante: o bimotor da Alitalia se chocava contra uma torre da basílica de Turim, na colina se Superga, e liquidava inteiro, o tetra campeão da Itália. Foi há mais de 60 anos. E o Torino precisou de quase outros 60 para se recuperar do desastre.
No dia 4 de maio de 1949, o time morria. Só em 1976 voltaria a conquistar um outro Scudetto, o titulo de campeão. Por sinal que, nesse ano de 76, Sandro Mazzola se retirava dos gramados, ele que era mascote do Torino nos gloriosos anos 40, entretanto em campo pelas mãos de seu pai Valentino Mazzola.

Valentino, um dos maiores artilheiros que a Itália conheceu, morreu no auge da carreira, como todo o time, a base da própria Squadra Azzurra. Certa vez, em 1947, a Itália derrotou a Hungria por 3 a 2. Da equipe que jogou apenas o goleiro Sentimenti IV não pertencia ao Torino. Pois a tragédia de Superga traumatizou todo o pais. As equipes rivais, faltando 4 rodadas para o encerramento do campeonato, resolveram proclamar o Torino pentacampeão. Mas os dirigentes do time granata (grená) se opuseram.
E colocaram 11 juvenis em campo, que ganharam as partidas finais, quem sabe num acordo tático entre todos para homenagear, postumamente, os heróis mortos. E, uma tarde em que alegria e tristeza se misturaram em doses iguais, il Toro – jogadores e torcedores – recebeu o quinto scudetto consecutivo. Em lagrimas. Bacigalupo, Ballarin e Rigamonti: Martelli, Grezar e Moroso: Menti, Loik, Gabetto, Mazzola e Ossola. Um timaço. Uma maravilha de criação futebolística. Foi em 1942 que essa maquina se formou.
Podia ter faturado, já nesse ano, o titulo de campeão. Mas a decisão foi contra o Roma, time do ditador Mussolini, que assistiu a partida e, ostensivamente, declarou que o povo queria ver o Roma campeão. Não deu outra. Mas no ano seguinte, com a dupla Mazzola-Gabetto triturando as defesas inimigas, o Torino chegou lá. Como chegou mais três vezes, em 1946, 1947 e 1948, além do pentacampeonato que não chegou a comemorar. Nas grandes tragédias, alguém sempre se salva. No caso do Torino, o escolhido foi Ladislao Kubala. Em 1949, ele chegou a Espanha, fugido da Hungria. Assediado por varias equipes européias, acabou aceitando um convite para jogar o amistoso de Lisboa – o ultimo disputado por Mazzola e companheiros. Na ultima hora, porem, foi avisado de que sua mulher estava em Viena, com o filho recém-nascido. Kubala pediu desculpas, desligou-se da delegação do Torino – e escapou da morte.




Pela Panair o esquadrão italiano embarca para o Brasil onde faria os quatro jogos em São Paulo.













Valentino Mazzola já em São Paulo (1948) conduz pela mão o filho Sandro que tambem seria um craque. Sandro Mazzola foi campeão italiano em 1976, um craque como foi pai foi até morrer no desastre, de Turim.
























Nos destroços do avião a chuteira de um jogador.


















O velorio dos craques italianos.

















Coube ao Corinthians a mais singular homenagem ao grande Torino.
Em 8 de maio, no Estádio do Pacaembu, o Corinthians jogou com a Portuguesa e a renda foi destinada às famílias dos jogadores vítimas da tragédia. O Pacaembu lotado refletia a solidariedade dos paulistanos. O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Sr. Maximiliano Ximenes, fez um discurso que provocou lágrimas na platéia. Na fila olímpica formada pelos atletas uma novidade que elevou a tensão no estádio: os jogadores do Corinthians vestiam o uniforme
grená do Torino.

Formação: (Da esquerda para a direita): Em pé: Hélio, Noronha, Edélcio, Baltazar, Servílio e Colombo; Agachados: Rubens, Touguinha, Bino, Belacosa e Belfare. Foto Gazeta Press

FICHA TÉCNICA: SC Corinthians Paulista 2 x 0 Portuguesa de Desportos;

DATA: 8/5/1949;

LOCAL: Estádio do Pacaembu;

GOLS: Colombo e Noronha;

Estréia do centro-médio Touguinha no quadro corintiano.

ÁRBITRO: Francisco Kohn Júnior;

RENDA: Cr$ 178. 067,00.

ESCALAÇÃO DO CORINTHIANS: Bino, Belacosa(Rubens) e Moacir, Belfare(Palmer), Touguinha e Hélio; Noronha, Servílio, Baltazar, Edélcio e Colombo. Técnico: Joreca.

Jogos do Torino em São Paulo.
18 / 07 / 1948 – Pacaembu.
Palmeiras 1 x 1 Torino (Itália) – Gols Gambeto e Lula.
Juiz- Ermano Silvano (Itália) – Publico 40 8872 pagantes.
Palmeiras = Oberdan, Caieira, e Turcão, Og Moreira, Tulio e Waldemar Fiume. Lula, Arturzinho, Bovio, Lima (Osvaldinho).
Torino = Bacigalupo, Ballarim, Tomá, Grezar, Ricatoni, Martelli, Menti, Luik, (Martelli), Gabeto, Mazzola, Ossola, Tecnico = Mário seperone.
21 / 07 / 1948
Corinthians 2 x 1 Torino = Gols Baltazar, Colombo e Gabeto.
Juis = Ermano Silvano (Italia) = Publico – 45 mil pagantes.
Corinthians = Bino, Rubens, Belacosa, Palmer, Helio, Newton. Claudio, Baltazar, Severo, (Edélcio) Rui, Colombo. Técnico = Jorge Gomes Lima.
Torino = Bacigalupo, Ballarim, Tomá, Grezar, Ricatoni, Martelli, Menti, Luik, (Martelli), Gabeto, Mazzola, Ossola, Tecnico = Mário seperone.

25 / 07 / 1948,
Local - Pacaembu =
Portuguesa 1 x Torino 4.
Gols- Mazzola, (2) Pinguinha, Gabeto, Castilhoni.
Arbitro Alberto da Gama Malcher.
Portuguesa – Caxambu, Lorico, Nino (Sapolinho), Luizinho, Silveira, Helio, Renato, Pinguinha, Nininho, Pinga e Teixeirinha (Djalma).
Torino = Bacigalupo, Ballarim, Tomá, Grezar, Ricatoni, Martelli, Menti, Luik, (Martelli), Gabeto, Mazzola, Ossola, Tecnico = Mário Seperone.
28 / 07 / 1948
São Paulo 2 x 2 Torino.
Local Pacaembu
Arbitro – Mário Gardelli – (Itália)
São Paulo Mario, Saverio e Mauro, Rui, Bauer e Noronha. Antoninho, Ponce de Leon, Leônidas, remo e Teixeirinha. Técnico Vicente Feola.
Torino = Bacigalupo, Ballarim, Tomá, Grezar, Ricatoni, Martelli, Menti, Luik, (Martelli), Gabeto, Mazzola, Ossola, Tecnico = Mário Seperone.







O Torino esteve em 1919, jogando no Parque Antartica, contra o Palestra Italia.








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